E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete espíritos de Deus, e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto. Apocalipse 3:1
João tem esta revelação em uma ilha chamada Patmos. Em 54 d.C Nero sobe ao poder, o mais terrível imperador que chega a matar sua mãe, sua esposa e seu meio irmão. No ano 64 de seu governo, ele incendeia Roma durante 6 noites e 7 dias. Dos poucos bairros que sobraram, sua maioria eram de cristãos e Judeus. Buscando fugir da responsabilidade culpa-os pelos incêndios e inicia-se a brutal perseguição, culminando em seu suicídio no ano de 68. Entre 69 e 70 d.C, o General Tito (filho de Tito Vespasiano) faz um cerco a Jerusalém no intuito de sufocar de uma vez por todas a rebelião dos Zelotes iniciada em 66 d.C. A cidade é invadida e queimada, não sobrando pedra sobre pedra. No ano 70 d.C, o imperador Tito Vespasiano dá abertura ao coliseu com uma festa que durou 100 dias, e nesta festa mais de 10.000 cristãos são mortos. Pulando para o ano 81 d.C, Domiciano assume o império, e tão cruel quanto Nero este homem, que se auto nomeia deus, é também quem exila o derradeiro emissário da escola Apostólica na ilha de Patmos, o apóstolo João.
A história da igreja em Sardes caminha de mãos dadas com a história da cidade. George Ladd declara que toda glória de Sardes estava no seu passado. A cidade de Sardes ficava no alto de uma montanha com muralhas altas quase intransponíveis e era uma cidade rica. Simon Kistemaker nos conta que precipícios íngremes protegiam a cidade, de modo que não podia ser escalada. O exército de Sardes não temia nenhum inimigo devido à sua localização privilegiada. Conta-nos a história que a cidade nunca foi derrotada em um confronto direto, no entanto, a cidade fortificada caiu nas mãos de Ciro, o Persa, em 529 a.C. Enquanto os soldados de guarda dormiam, os Persas cercaram a cidade por 14 dias e localizaram uma brecha e por ali entraram arrasando a orgulhosa Sardes. Posteriormente, já em 218 a.C., Antíoco Epifânio invadiu a cidade usando a mesma estratégia. Havia uma confiança cega, displicente e ausência de vigilância por parte dos que ali habitavam, os ouvintes na igreja de Sardes compreenderam de maneira clara o que Jesus disse: Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei. (Ap 3:3). Nos tempos de Alexandre Magno a cidade foi novamente erguida e dedicada à deusa Ártemis, essa divindade era tida como aquela que dava vida aos mortos, mas a igreja estava sem pulsação e somente Cristo poderia avivar os crentes. Quando João escreve a carta à igreja em Sardes, ela já volvera novamente numa cidade rica e opulenta, mas, também degenerada. A igreja tornou-se o reflexo da cidade. A cidade de Sardes tinha uma ampla igreja com nome e notoriedade, mas não tinha pulso, praticavam muitas obras, mas não tinham comunhão, Sardes era uma igreja morta. Warren Wiersbe declara que a mensagem a Sardes é uma advertência a todas as “grandes igrejas” que vivem às custas das glórias passadas. Isso nos faz refletir que a glória passada não produz glória presente. Todo o dia é dia de andar com Deus, é dia de sermos cheios do Espírito, é dia de orarmos antes que querermos executar qualquer projeto de vida, é dia de buscar a direção do dono da obra para aí sim podermos saber como caminhar nela, não de maneira emocional ou empolgados externamente, para que não incorramos no mesmo erro de Sardes conforme diz Smith; Sardes evidentemente era conhecida como uma “igreja viva” em que havia muita atividade, mas Aquele que não olha para a aparência exterior, mas vê o coração declara: Tu […]estás morto.
1-George Ladd. Apocalipse. 1980
2-Simon Kistemaker. Apocalipse. 2004
3-Bíblia sagrada. Almeida corrigida fiel.
4-Wiersbe. Warren. Comentário bíblico do novo testamento.
5-Smith, J. B. A Revelation of Jesus Christ. Scottdale, Herald Press.
Daniel Batista
Membro da Igreja Batista Monte Sinai
licenciatura em teologia Mtc latino Americano
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